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quinta-feira, 3 de abril de 2008

Eu aperto os olhos para dissipar do meu corpo a vontade imensa de estar fora dele. Aperto os olhos para entrar em sintonia com o coração, que parece estar sendo esmagado, afogado, parece bêbado.
Queria poder dizer que pra mim a estrada é só uma, que meu coração vai aonde você for. Mas se eu soubesse como descrever perfeitamente, não pareceria muito com as descrições dos filmes de amor, mas com um tapa na cara, dado de mão cheia, que te faz cair no chão e ficar completamente sem ação - com o rosto latejando e o coração cheio de adrenalina. É que o amor mais parece com uma guerra civil que com um show do Roberto Carlos.
Eu quero me esticar para caber em mim todo esse excesso, todas essas coisas que, ao chegarem na ponta da língua, no momento de serem ditas, morrem; elas são demais e, ao mesmo tempo que não cabem, são ínfimas.
É uma agonia constante, que te rói as unhas, te bate os pés no chão compulsivamente, te arranca os cabelos de tanto serem mexidos. Agonia de vontade de se irritar, de chorar, de trincar os dentes, recitar músicas, querer andar de mãos dadas pela praia e ver o pôr-do-sol.
E então, quando a agonia torna-se quase insuportável, a respiração é tão difícil que as coisas começam a ficar turvas, quando o peito parece que vai explodir de tanto aperto, a cabeça é o mundo inteiro e eu não consigo mais conter meus pulsos que vão involuntariamente de encontro a parede, a briga comigo mesma está vencida: eu te amo.

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