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sexta-feira, 18 de abril de 2008

Tá tudo bem?
Volta e meia eu fico parada, me observando como se observa um quadro. Olhando pra dentro de mim, cheia de críticas e frustrações.
Meus pulmões, queimados de tanta fumaça - de carro, de cigarro, de maconha, de gente. Eu sinto medo de um dia morrer de enfisema, deve ser uma morte que dói à beça. Mas também tenho medo de morrer de várias outras coisas, como, de qualquer maneira, vou morrendo pelo meio do caminho. Então ficar sofrendo por isso é não perceber as coisas. E eu, olhando pra dentro de mim, costumo me gabar por ser uma boa observadora da maioria das coisas, não gosto de me decepcionar. Muito menos comigo.
Eu tenho várias rachaduras, várias. Piores do que aquelas que se formam no rosto, no canto dos olhos, na testa. Aquelas que aparecem à menção de um sorriso cansado, ao arquear de sobrancelhas de preocupação. Não desmerecendo minhas rugas internas, de modo algum. Não é só porque as externas ainda não apareceram, que as internas não possam presumir tudo que elas presumem. Ou mesmo mais.
Ainda dentro de mim, sei que ainda preciso crescer. Não pra cima, nem pros lados, mas crescer. Preciso expandir muitas coisas, preciso colocar em prática tudo que, lá dentro, já é caso encerrado. Eu preciso crescer para derrubar meus muros - eu preciso fazer mais tours em mim.
Fora isso, as coisas parecem estar em ordem. Coração batendo, leviano. Estômago falhando um pouco, normal, ele sempre falha. Cérebro cansado, consequências do alcoolismo.
Fora isso, tá tudo bem.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Eu aperto os olhos para dissipar do meu corpo a vontade imensa de estar fora dele. Aperto os olhos para entrar em sintonia com o coração, que parece estar sendo esmagado, afogado, parece bêbado.
Queria poder dizer que pra mim a estrada é só uma, que meu coração vai aonde você for. Mas se eu soubesse como descrever perfeitamente, não pareceria muito com as descrições dos filmes de amor, mas com um tapa na cara, dado de mão cheia, que te faz cair no chão e ficar completamente sem ação - com o rosto latejando e o coração cheio de adrenalina. É que o amor mais parece com uma guerra civil que com um show do Roberto Carlos.
Eu quero me esticar para caber em mim todo esse excesso, todas essas coisas que, ao chegarem na ponta da língua, no momento de serem ditas, morrem; elas são demais e, ao mesmo tempo que não cabem, são ínfimas.
É uma agonia constante, que te rói as unhas, te bate os pés no chão compulsivamente, te arranca os cabelos de tanto serem mexidos. Agonia de vontade de se irritar, de chorar, de trincar os dentes, recitar músicas, querer andar de mãos dadas pela praia e ver o pôr-do-sol.
E então, quando a agonia torna-se quase insuportável, a respiração é tão difícil que as coisas começam a ficar turvas, quando o peito parece que vai explodir de tanto aperto, a cabeça é o mundo inteiro e eu não consigo mais conter meus pulsos que vão involuntariamente de encontro a parede, a briga comigo mesma está vencida: eu te amo.