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terça-feira, 19 de dezembro de 2006

PHD em reclamação

Se cada tema dos meus textos for revelar sua identidade supersecreta (em geral nem eu mesma sei a identidade dos temas dos meus textos), vou acabar perdendo meu toque mágico e, gradativamente, vou ficando sem graça.
Mentira. Tenho andado muito mentirosa ultimamente. A culpa da minha falta de criatividade deve ser do tempo (sabe quando o tempo fica ruim e o cabelo fica horrível? Pois é, alguma coisa a ver com isso. Ou talvez só mais uma desculpa minha para minha imaginação pouco dada a aventuras radicais nos últimos tempos). Ou talvez porque eu ando sem ter do que reclamar.
Antes eu reclamava do meu estado civil, que eu não era amada, que nunca ninguém ia me suportar sendo eu insuportável como sou e me fudi: arrumei um namorado que grita comigo, mas, no fim das contas, sabe exatamente como me fazer perceber o quanto eu sou imbecil em brigar por coisas irrelevantes (tirando a época da TPM, pq na TPM absolutamente tudo é relevante).
Então eu tinha como reclamar do colégio. Mas, infelizmente, desde o ano passado que eu me formei e entrei na faculdade e não tem como eu reclamar dela, pois eu a adoro.
É claro que, então, eu poderia reclamar das regras e do descaso dos coordenadores do curso com a nossa turma! Deus do céu, mas que absurdo era eles isolarem a gente num prédio fantasma sem vestígios de outras turmas de comunicação? Porém, infelizmente também, percebi que a organização da faculdade era uma merda e como os professores e as aulas eram boas, até que era interessante ter aulas num prédio silencioso...
Perdida, sem ter nada do que reclamar, tendo aulas no mais pleno silêncio, tendo um namorado que faz o possível e o impossível pra pregar um sorriso nessa minha cara ingrata, do que eu reclamaria, pois? Foi quando me encontrei nas aulas de redação! Minha professora sempre pedia encarecidamente que focássemos na situação política do país para desenvolver as reportagens, notícias, crônicas, críticas e etecéteras de todas as semanas. Opa! Reclamar dos políticos era mamão com açúcar - afinal, convenhamos, a minha prática advém de longos anos de utilização da reclamação em relação a TUDO! Fiquei feliz.
Mas felicidade de insatisfeitos, aparentemente, dura pouco. Os políticos não têm jeito e, mesmo eu querendo enfiar uma faca na jugular de cada um deles (sim de todos, porque todos são corruptos e se não forem, fodam-se. Ganham muito dinheiro), parece que as corrupções SEMPRE vão acabar em pizza. Eu até reclamo bem, mas ação mesmo, que é bom e todo mundo quer ver - inclusive eu, que só sei reclamar - necas de pitibiribas. Então desiludi de falar mal de políticos - só me serve para passar com louvor em redação.

Antes eu falava de desilusão com destreza; hoje nem lembro como se faz isso.
Antes eu reclamava do colégio e como era chato ser obrigada a aprender química; hoje não faço idéia do que é um aldeído e nem para o que ele serve.
Antes eu reclamava da organização da faculdade ser uma bosta e da gente sempre ficar sabendo das coisas na última hora; hoje não me importa, eu vou sair dela mesmo!
Antes eu reclamava dos políticos; hoje acho chato porque quero descontar minha ira neles e acabo recolhendo-me a roer minhas unhas.
No dia de hoje, exatamente, não tenho nada do que reclamar, meu namorado está um chuchu, uma bomba pode cair no colégio, visto que eu não mais estou no seio acadêmico, a faculdade também pode explodir, visto que eu fui tranferida, eu estou de férias!... mas, pensando bem, essas férias estão um saco, hein?

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Batata palha

Um dia me disseram que para testar microfones não deve-se dizer "som", como a maioria faz, mas sim dizer alguma palavra que contenha a vogal mais aberta do alfabeto, que seria o "a".
Eu testei seis microfones dizendo "batata palha" e "arroz" num auditório enorme e com umas pessoas me olhando, como se eu fosse uma indie pseudo-jornalista de óclinhos vermelhos, imbecil.

Coisas que, no mundo todo, só acontecem comigo.